O evento de abertura da II Semana de Ciência e Tecnologia foi a "Feira de Ciências para a sustentabilidade" na Praça Orlando de Barros Pimentel.Nossa escola participou trazendo um alerta para a preservação do que ainda resta da nossa restinga ( Área de Proteção Ambiental):
Com a pergunta "Cadê a Restinga que estava aqui?" chamamos a atenção para o fato de que antigamente todo o litoral brasileiro era coberto por plantas de restinga mas com a ocupação humana da área, pouco restou, existindo somente nos locais marcados com pontos vermelhos. Como o litoral foi a porta de entrada da ocupação do território brasileiro, esta devastação começou com o descobrimento.Atualmente o principal responsável por esta destruição é a especulação imobiliária.
As fotos apresentadas são de plantas da nossa restinga e a pesquisa de apoio sobre o tema foi a reportagem da revista Nova Escola de maio de 2010. Vemos abaixo os alunos dando explicações, tendo o painel como apoio:
Para comprovar a importância da preservação dos ecossistemas para a manutenção da biodiversidade da flora e da fauna, nós trouxemos para a Feira a história da primeira espécie de inseto brasileiro a entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção no Brasil, que é a borboleta da restinga,também conhecida como borboleta da praia (Paridis Ascanius),ainda encontrada em nossa restinga. Na fase de lagarta ela alimenta-se somente da planta “jarrinha”, vegetal da espécie “Aristolochia macroura”,existente somente em restingas. Com a destruição das mesmas,sua lagarta, que come apenas um tipo de alimento, fica sem fonte de alimentação.Portanto,a destruição de áreas de vegetação de brejos e pântanos em todo Rio de Janeiro é a principal causa da ameaça a essa espécie:
Apresentamos na Feira fotos da sua lagarta e da única planta da qual se alimenta, da sua pupa e também trouxemos mudas da flor favorita para alimentação na sua fase borboleta, que é a flor de Lantana camara (Verbanaceae), conhecida como cambará:
Exibimos para os visitantes um filme encontrado no youtube, que fez parte da tese de mestrado de uma aluna do curso de pós-graduação em Ecologia da UFRJ, sobre a borboleta da praia:
Os visitantes podiam tirar fotos transformando-se na borboleta da restinga:
Também montamos um cenário representando a "Comunidade de pescadores artesanais de Zacarias", que residem no local há mais de 200 anos e apresentamos um painel com desenhos e texto coletivo feito pela Turma Sol (1º ano) após passeio ao local.
O quadros de borboletas foram feitos pela turma Golfinho ( 2º ano).
Nossos alunos explicaram também como se formou a restinga e o sistema lagunar de Maricá, utilizando um painel com o mapa de Maricá.As informações foram encontradas no livro "Compêndios da História de Maricá",de Alexandra Lambraki:
"A restinga começou a ser formada há cerca de 16.000 anos atrás, quando o nível do mar encontrava-se cem metros abaixo do atual.A vegetação era rarefeita e havia um grande processo de erosão.Nesta época o nível do mar começou a subir gradualmente e toda essa paisagem foi inundada pelo mar, gerando enseadas e baías.Há 7.000 anos houve uma pequena transgressão do nível do mar que formou os cordões arenosos, gerando o sistema de lagunas de Maricá.Mais tarde outro movimento regressivo do mar formou um novo cordão arenoso.Um novo sistema de pequenas lagunas se desenvolveu com idade de 3.000 anos.Essas lagunas tornaram-se sistemas bastante frágeis em sua maioria e com o rebaixamento viraram brejos."
Portanto antes da transgressão do mar, há 7000 anos atrás, era tudo mar e onde hoje temos as lagoas, eram baías e enseadas. Com a regressão, formou-se a restinga e consequentemente o sistema lagunar de Maricá.
Vemos nas duas primeiras fotos representado como era antigamente, sem a restinga e na terceira foto, com a restinga e as lagoas formadas:
Quem quiser conhecer mais detalhadamente a borboleta da praia ( Paridis Ascanius) pode assistir ao filme do Instituto de Biologia da UFRJ:
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