terça-feira, 19 de abril de 2011

Visita ao Museu do Índio

No dia 16 de Abril, sábado, fizemos uma visita ao Museu do Índio. Assim que chegamos encontramos um índio pertencente a nação indígena dos Iny Mahãdu (Karajás).Ele nos mostrou através do laptop sua mulher e seu neto, o local onde vivem, como pescam e algumas fotos da viagem que fizeram das terras deles no Estado do Tocantins perto do Rio Araguaia até o Rio de Janeiro para participarem das comemorações do Dia do Índio.
Atualmente, o povo Iny conta com uma população de aproximadamente 3.200 pessoas distribuídas em 18 aldeias nos Estados do Tocantins,Mato Grosso e Goiás. A língua Karajá - Inyrybe (a fala dos Iny) - pertence ao tronco linguístico Macro-Jê, sendo ativamente falada por todas as gerações na maioria das aldeias:
Logo em seguida, fomos visitar a exposição "A presença do invisível" - vida cotidiana e ritual entre os povos indígenas do Oiapoque, que fica no extremo norte do país, no Estado do Amapá. Somam uma população de, aproximadamente, 5 mil indivíduos. Poliglotas, boa parte deles se comunica em vários idiomas. Além das línguas indígenas Galibi e Palikur, utilizam o patoá como língua comum, o português para comunicação com a população brasileira e o francês com os vizinhos da Guiana Francesa:

Para os Povos Indígenas do Oiapoque existem dois domínios:

Este Mundo, onde estão todos os seres visíveis, e o Outro Mundo, lugar das pessoas invisíveis e localizado sob os rios, lagos, mares, montanhas ou no firmamento. Tais pessoas, chamadas de Karuãna, possuem forma exterior de animais e plantas e são vistas como gente apenas pelos pajés, os únicos capazes de lidar com os Karuãna e de transitar livremente entre os dois Mundos. Todo poder dos pajés provém dos Karuãna a quem se associam a fim de combater as enfermidades provocadas por outros Karuãna. Como retribuição por esse serviço devem oferecer periodicamente aos seus espíritos auxiliares uma grande festa denominada Turé que é realizada entre setembro e novembro, quando as chuvas escasseiam. Inicia-se em um fim de tarde com os cantos dos mastros, do caxiri e dos bancos entoados dentro do círculo cerimonial montado para a ocasião, o lakuh, acompanhados de clarinetes que emprestam o nome à festa. Abaixo,foto do lakuh montado na exposição:

Produzir cerâmica é uma atividade que envolve toda a família. O homem conduz a canoa até o local da retirada do barro, mergulha e pega, no fundo, a massa lisa de argila que será moldada pela mulher. Ele providencia a casca da árvore que será queimada, transformada em cinza, amassada no pilão pela esposa e acrescentada à argila.

A tradição cerâmica das artesãs palikur consiste essencialmente na fabricação de potes de diversos tamanhos:

Esculpir em madeira é uma das atividades mais expressivas entre os povos indígenas do Uaçá.Destacam-se os bancos que representam os bichos da natureza e seus espíritos, os karuãna, sob a forma de aves especialmente, mas também outros animais:

Os povos indígenas do Oiapoque dominam a arte da cestaria e com ela produzem peneiras, tipitis, esteiras, abanos, cestos e suportes para ornamentos plumários. Cada um desses objetos exige que o cesteiro tenha conhecimentos muito precisos sobre as matérias-primas a serem utilizadas e sobre o ato de entrecruzar as fibras:

Os índios do Oiapoque alimentam-se basicamente de peixe, farinha de mandioca e frutas. Conforme a época do ano, o cardápio é variado com as carnes de tracajá, camaleão, pássaros e animais caçados na floresta. Excelentes produtores de farinha de mandioca, comercializam o excedente, no Oiapoque, em troca de produtos industrializados.Nas fotos abaixo as crianças assistem ao vídeo que mostra a produção da farinha:

Abaixo, foto do ralador de mandioca e de uma flauta feita de osso de anta.
A fabricação do ralador é executada por poucos artesãos.Ele é feito de uma tábua de madeira, geralmente louro, lavrada em uma peça só. O ralo em si é formado por fileiras de pontas de ferro bem afiadas, seguindo um desenho geométrico que aumenta a eficácia do ralador. Estas pontas são finas lascas, extraídas de velhas panelas de ferro, quase arqueológicas, de fabricação francesa, hoje encontradas apenas na Guiana Francesa:

Depois fomos para uma parte da exposição que reproduz a casa de um Pajé:

No centro da casa encontra-se a tukay, lugar onde ele recebe seus clientes doentes, faz os diagnósticos e receita os remédios para a cura. A tukay é um espaço fechado por um grande mosquiteiro. Nela, há um pequeno mastro, além do banco e o pakará do pajé.

Seguindo o comando da guia, as crianças chamaram o pajé e de repente viram sua silhueta surgir misteriosamente para eles na tukay:

Em seguida, fomos visitar os espaços da exposição da cultura e a arte do povo Iny, também conhecido como Karajá, sobre os quais já falamos no início.Vimos suas pinturas e vestuários.
O povo Iny é o povo das águas.O rio Araguaia é sua origem e território. Toda vida está ligada ao rio: o mito de criação, rituais de passagem, o alimento e a alegria.Os dois círculos tatuados nas maçãs do rosto - o omarura - dão identidade ao povo Karajá.
Para a pintura do corpo, realizada pelas mulheres,é utilizado o sumo do jenipapo, a fuligem de carvão e o urucum. Alguns dos padrões mais comuns são as listas e faixas pretas nas pernas e nos braços. As mãos, os pés e as faces recebem pequeno número de padrões representativos da natureza, de modo especial, a fauna:

Ao alcançar a faixa entre dez a doze anos de idade, o menino passa por uma grande festa de iniciação masculina denominada Hetohoky ou Casa Grande. Eles são pintados com o preto azulado do jenipapo e ficam confinados durante sete dias numa casa ritual chamada de Casa Grande. Os cabelos são cortados e ele é chamado de jyre ou ariranha.Foi construída uma Casa Grande na parte externa do Museu do Índio:

O diretor da novela Araguaia, Marcos Schechtman,amigo dos índios Karajás, também estava lá prestigiando a exposição:

No jardim do Museu do Índio encontramos um pé de Urucum, planta utilizada pelos índios para fazer a tinta vermelha que usam em suas pinturas:

A arte cerâmica é exclusiva das mulheres, apresentando os mais variados tipos e motivos, desde utensílios domésticos, como potes e pratos, até bonecas com temas mitológicos, rituais, da vida cotidiana e da fauna.Neste dia presenciamos oficinas de cerâmica Karajá:

Podemos conferir aqui a Casa Grande que falamos acima:
Nossos alunos fizeram amizade com dois jovens índios Karajás e confraternizaram formando uma animada roda de capoeira nos jardins do Museu do Índio:
Nossos alunos fazendo caras e bocas num painel de vidro na parte externa do Museu: Chegou o momento da apresentação e os índios trocaram de roupa e se encaminharam para as proximidades da "Casa Grande" para iniciar a Dança Karajá Iny Bededyynana : Eles apresentaram também sua luta. Explicaram que antes da luta propriamente dita existe uma provocação entre os dois grupos:
Antes de iniciar a luta eles tiram o colar:

Um comentário:

  1. o ricardo junior adorou a luta do dois indios, chegou em casa querendo até me ensinar . gostou muito do passeio.Em quanto eu estava em casa muito tensa,sabe como é mãe coruja e assim, só acha que os filhos estão protegidos quando estamos por perto. UM forte abraço a todas que cuidam diariamente do meu filho. beijosss!!! rose moura

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